terça-feira, 1 de novembro de 2011

Porto Sul: progresso ou ilusão?

  A construção do Porto Sul no litoral sul da Bahia irá provocar impactos ambientais e socioeconômicos. Com isso, a implantação deste investimento tem sido um assunto bastante polêmico, pois existem os pós e contras.
  Tudo começou quando a Bahia Mineração(BAMIN), empresa estrangeira da Índia e do Cazaquistão, conseguiu licença para explorar a jazida de ferro em Caetité, com intenção de escoá-lo para a China. Para viabilizar o projeto e construir o Porto Sul, o governo da Bahia decretou como utilidade pública uma área de 4.830 hectares na localidade de Aritaguá.
  O Porto Sul é um complexo intermodal com quebra-mar a 2,5 quilômetros da costa, com uma  integração com a Ferrovia Oeste-Leste, um terminal portuário público, um aeroporto, uma Zona de Apoio Logístico (ZAL) e um Terminal de Uso Privativo, o qual será explorado pela BAMIN.
  A localização do Porto foi transferida da Ponta da Tulha para Aritaguá, litoral norte de Ilhéus, pois segundo o governo este local não apresenta recifes de corais em frente ao local da construção, bem como trechos em regeneração de Mata Atlântica e a fauna oferece uma menor complexidade.
  O governo do Estado e as empresas envolvidas na implantação do Porto Sul afirmam que este empreendimento vai trazer mais desenvolvimento socioeconômico para a região, gerando dois mil empregos diretos e indiretos, recebendo investimentos em energia, água, saúde, saneamento básico, educação e cultura, estimulando o turismo e melhorando a infra-estrutura das rodovias. Além disso, dizem que o Complexo Porto Sul funcionará como um pólo logístico que irá atrair outros investimentos ligados ao comércio e serviços, o que permitirá o desenvolvimento de cadeias produtivas importantes para a transformação econômica da região. Com relação às alterações ambientais, ao desalojamento de cerca de quatro mil pessoas e ao prejuízo pesqueiro, que serão conseqüências da obra, eles mostram diversos projetos com ações compensatórias como medidas mitigadoras a estes impactos negativos.
  Diante deste belo discurso político, ficam-se algumas dúvidas. Será isso uma verdade? Será que as pessoas beneficiadas por geração de empregos, serão as que realmente precisam? Será que a qualidade de vida das pessoas irá melhorar? Será que os impactos negativos serão recompensados por políticas compensatórias?
  Segundo grande parte das pessoas pensantes – ambientalistas, professores universitários, estudantes - que estão conscientes do assunto afirmam que a implantação do Complexo Porto Sul não vai proporcionar o desenvolvimento socioeconômico homogêneo na população, pois investimentos nos setores ferroviário e portuário favorecerão seus próprios interesses, beneficiando a classe mais elevada da sociedade; os dois mil empregos prometidos, possivelmente, não serão para as pessoas carentes, pois estas não apresentam qualificação profissional  necessária para competir com os demais profissionais capacitados. Além disso, os defensores do “não ao Porto Sul”, afirmam que a vinda deste grande investimento ferioviário-portuário para a região vai acarretar em um grande fluxo migratório de pessoas, propiciando inchaço populacional, o que trará maiores problemas sociais. Ainda mais, eles discutem que as ações compensatórias prometidas para as pessoas desalojadas e pescadores prejudicados não são confiáveis, pois diante do atual cenário político brasileiro, não se dá para acreditar em promessas futuras.
  Sim, sim! Mas, e os impactos ambientais como ficam nesta história? Será que a devastação de parte da Floresta Altlântica não vai trazer prejuízo para o ecossistema? Será que a construção de uma ponte de concreto vai atrair novas espécies de peixes, como foi apresentado na última audiência pública realizada no dia 29 ?
  É fato que a construção do Complexo Porto Sul numa área de grande biodiversidade de fauna e flora irá trazer impactos para o ambiente e, consequentemente, para os biomas envolvidos. Isso ocorre porque a degradação de uma área florestal irá provocar o desmatamento da vegetação local e o desaparecimento de espécies ameaçadas e endêmicas em função da perda do seu habitat natural. Além disso, a instalação do porto, diferente do que foi demonstrado no projeto, vai interferir negativamente no ambiente marinho, propiciando o desaparecimento de peixes e outras espécies marinhas e influenciando no aspecto físico do mar, o que poderá causar alterações de sedimentos costeiros e erosões.
  Segundo o Dr. Rui Rocha em entrevista a Emilio Gusmão, este projeto, colocado como política pública, é um projeto privado, viabilizado pelo dinheiro público, para proteger interesses privados, onde poucos irão ganhar. O investimento comparado com a quantidade de empregos gerado é insuficiente levando em consideração a população da região.
  Portanto, nota-se que o governo propõe soluções dos problemas socioeconômicos da região de maneira equivocada, pois para haver desenvolvimento regional não é preciso gastar bilhões de reais na construção de um complexo portuário-ferroviário, e sim investir diretamente na vida das pessoas, melhorando a educação, a saúde e o saneamento básico, além da construção da ponte ilhéus/pontal, do melhoramento da rodovia Ilhéus/Itabuna, do desenvolvimento da área produtiva. Estes tipos de investimentos é que irão possibilitar um desenvolvimento regional, atraindo, consequentemente, pessoas de vários lugares, sem proporcionar impactos negativos relevantes para o local.
  Tendo como base a postura dos interessados na construção do Porto na última audiência, uma foto resume nossa resposta:
                                                    Fonte: Nara Lina

Por Maria Zugaib e Luana Reis

Um comentário:

  1. Olá, Eu Sou A Teresa Fidalgo de Coimbra, Portugal. Hoje Faz 26 Anos Que Morri. Se Não Mandares Isto A 20 Pessoas vou Dormir Esta Noite Na Tua Cama Contigo e Para Sempre E Se Não Acredita Digite O Meu Nome No Google.......

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